Escrito por Revista Staff

Alerta sobre anfetaminas

O termo "anfetamina" identifica um grupo de substâncias quimicamente aparentadas, todas elas produzindo os mesmos efeitos psicológicos e comportamentais. Cada droga desse grupo é um psicoestimulante, ou seja, aumenta a atividade cerebral. Ao contrário de muitas outras drogas frequentemente utilizadas para fins indevidos, a anfetamina não existe livremente na natureza, só pode ser produzida em laboratórios químicos.

Originalmente sintetizada em 1887 por um cientista alemão, a anfetamina permaneceu esquecida até a década de 1930, quando foi considerada útil para o tratamento da congestão pulmonar. A essa altura, os poderosos efeitos estimulantes da anfetamina, quando ingerida, ainda eram desconhecidos.

Nos anos 50, a produção da droga cresceu explosivamente, seu uso espalhou-se pelos EUA e chegou ao Brasil. Era vendida como remédio para o tratamento de obesidade, narcolepsia e depressão, mas as pessoas a tomavam principalmente para aumentar a energia, espantar o sono e melhorar a disposição.

Alguns efeitos

A anfetamina aumenta a atividade física e produz inquietação na maioria dos indivíduos. O usuário torna-se agitado e incapaz de permanecer sentado. Se confinado a um pequeno aposento, aparenta ansiedade por se sentir restrito a uma área reduzida e pode insistir em sair. Geralmente, um estudante que toma anfetaminas para estudar ou realizar um trabalho até tarde da noite, ainda se sentirá desperto após concluir a tarefa, passando então a procurar formas de dispender energia. Pessoas sob o efeito de "bolinhas" costumam repetir gestos simples como tamborilar com um lápis em uma garrafa, escovar insistentemente os sapatos ou ficar jogando uma bola contra um muro. Para manterem-se em atividade elas podem, por exemplo, montar e desmontar seguidamente um quebra-cabeça. Podem coçar a cabeça ou a roupa a ponto de ferir-se ou furar a peça.

"Bolinhas" também levam o usuário a falar incessantemente sobre os mais excêntricos assuntos. A princípio ele parecerá estar excitado, mas poderá falar com tal rapidez que se torna difícil compreender o que diz. Ele poderá pular de um assunto a outro até que a conversa deixe de fazer sentido – e continuará falando até ser interrompido.

Os efeitos mais comuns da estimulação cerebral por anfetaminas são euforia, reações mais rápidas e aumento da autoestima e da autoconfiança. A pessoa sente-se então menos cansada e com o raciocínio mais claro. Esse é um dos motivos pelos quais os estudantes tomam "bolinhas" em época de exame. No entanto, embora o usuário pense que seu desempenho melhorou, sua atividade mental na verdade se reduziu. Sob a influência da droga, uma pessoa sente-se melhor a respeito de tudo. Os estudantes costumam ficar desapontados quando os resultados não correspondem às suas expectativas.

As "bolinhas" apenas melhoram o desempenho em tarefas simples e tediosas, que não exigem muito raciocínio, tais como juntar e grampear folhas de papel, trabalhos desse tipo podem ser feitos mais rapidamente e com menos cansaço após se tomar anfetaminas.

É importante lembrar sempre que as anfetaminas reduzem o desempenho em qualquer trabalho que envolva raciocínio e criatividade.

Efeitos da anfetamina no coração e nos vasos sanguíneos

Os efeitos da anfetamina sobre o coração e os vasos sanguíneos dependem da dose tomada. Após pequenas doses (5 mg) a pressão sanguínea se eleva. Essa elevação é registrada pelo cérebro que envia sinais ao coração para bater mais devagar. Doses de anfetamina maiores (25 mg) agem diretamente sobre o coração, aumentando o ritmo e a força das contrações. Podem ocorrer disritmias cardíacas. Doses extremamente altas podem causar danos permanentes nos vasos sanguíneos que irrigam o coração.

Outros efeitos da anfetamina

A anfetamina também pode causar dilatamento das pupilas, boca seca, aumento do ritmo respiratório e do uso das reservas de energia do organismo. Muitos consumidores de "bolinhas" usam dia e noite óculos escuros. As pupilas dilatadas às vezes provocam visões manchadas.

Psicose provocada por anfetamina

A mais extrema manifestação de intoxicação por anfetamina é um estado paranóide chamado de "psicose anfetamínica". Durante essa fase, o indivíduo passa a suspeitar de todo mundo e imagina que as pessoas estão preparando armadilhas para pegá-lo ou matá-lo.. Está fisicamente exausto e aparenta confusão mental. A qualquer momento pode tornar-se violento e agredir fisicamente a si mesmo ou a quem estiver por perto.

O indivíduo que está intoxicado por anfetamina não se convence de que a droga é responsável por suas percepções. O delírio de perseguição que ele apresenta assemelha-se ao observado na esquizofrenia. Outros aspectos comportamentais da psicose anfetamínica incluem um estado de alerta constante, curiosidade e medos incontroláveis.

A Anfetamina é uma droga sintética que causa considerável estimulação do cérebro. Houve época em que chegou a ser recomendada para uma grande variedade de problemas de saúde. Hoje, entretanto, os únicos três usos terapêuticos reconhecidos são o tratamento da obesidade, da hipercinesia em crianças e da narcolepsia. Abusa-se da anfetamina devido a seus potentes efeitos psicológicos: ela produz euforia, aumenta a autoestima, a autoconfiança.e a vivacidade.

O uso prolongado de "bolinhas" pode resultar em prejuízos permanentes para o cérebro e outros órgãos do corpo humano.